COMUNICADO SOBRE A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA NO MUNICIPIO DE PORTALEGRE
Face à escassa visibilidade e à inexistente relevância da sua actividade enquanto deputado da Nação, nomeadamente no que diz respeito à defesa dos interesses e das reivindicações daqueles que, no círculo de Portalegre, o elegeram, o Dr. Cristóvão Crespo tem, nos últimos tempos, dedicado a sua atenção e apontado baterias (talvez em jeito de tábua de salvação política ou como forma de tentar mostrar que a Concelhia a que preside ainda existe) para a Câmara Municipal de Portalegre e para o trabalho desenvolvido pelo actual Executivo Municipal.
E neste contexto, o comunicado divulgado no passado dia 4 de Janeiro pelo Dr. Cristóvão Crespo, presidente da Comissão Política Concelhia de Portalegre do PSD, é bem revelador do que acabamos de afirmar.
Em política, como noutras vertentes da vida, o carácter das Pessoas fica bem patente, infelizmente não pelas melhores razões, quando se faz da ausência de memória ou da tentativa de reescrever a História o mote para a actividade desenvolvida e para algumas das afirmações proferidas.
Apenas dois ou três exemplos do que acabamos de afirmar:
1. Diz o Dr. Cristóvão Crespo no seu comunicado que (e citamos) “a actual Presidente se esquece que está na Câmara Municipal há seis anos” e que “é claro para qualquer pessoa que quem está há seis anos na Câmara seja o principal responsável pela situação actual” (fim de citação). Ora, a actual Presidente e restantes Vereadores em regime de permanência querem aqui afirmar publicamente, e sem margem para qualquer tipo de dúvidas, que assumem e sempre assumirão na íntegra, e sem renegar absolutamente nada (seja positivo ou negativo), todo o trabalho desenvolvido, e todas as consequências do mesmo, ao longo do período temporal em que estiveram em funções! Já o mesmo não se pode dizer do Dr. Cristóvão Crespo e do PSD/Portalegre que agora, e repentinamente, parecem ter esquecido, ou dão mostras de querer “apagar”, o facto de que foi precisamente sob a presidência de Adelaide Teixeira que a dívida da Câmara Municipal de Portalegre começou a ser reduzida, de forma consistente e constante! Em termos de rigor histórico, de ética e de capacidade política para assumir responsabilidades, estamos conversados! Mas para que os Portalegrenses percebam melhor as diferenças entre estas “heranças”, nomeadamente na vertente económico-financeira da Autarquia, permitimo-nos aqui apresentar um gráfico, onde se apresentam os dados oficiais (dados oficiais, repetimos, e não “fantasias”…) relativos à evolução da dívida do Município de Portalegre nos últimos 14 anos:
2. Segunda confusão (ou tentativa de confundir os Portalegrenses): a possível adesão da Câmara Municipal de Portalegre ao Fundo de Apoio Municipal (FAM). No seu comunicado, o Dr. Cristóvão Crespo enreda-se numa tal teia de argumentos, de contradições e de supostas explicações sobre o assunto que, no final, até ficamos com dúvidas sobre a verdadeira posição do próprio e do seu partido sobre o FAM, e quase somos levados a esquecer que, na verdade, foi o governo anterior, sustentado no Parlamento pelo Dr. Cristóvão Crespo, que instituiu este mecanismo de apoio financeiro às autarquias, onde se encontrava consagrada, nomeadamente, a obrigatoriedade, para os municípios que a ele acedessem, do aumento do IMI para a taxa máxima. Ora, aquele que, em Lisboa e enquanto deputado, sempre apoiou incondicionalmente o FAM (pelo menos não se conhece ao Dr. Cristóvão Crespo qualquer declaração anterior de oposição ou tomada de posição em sentido contrário), é exactamente o mesmo que, agora em Portalegre e enquanto membro da bancada do PSD na Assembleia Municipal, nos vem dizer que a adesão da Câmara Municipal de Portalegre ao mesmo implicaria (e citamos) “o compromisso de endividamento da Autarquia por mais 20 anos e o consequente agravamento da taxa do IMI, pago pelos Portalegrenses, para o limite máximo, complicando assim ainda mais as já débeis condições socioeconómicas do Concelho”. Relativamente à clareza de ideias, à coerência do pensamento e à boa-fé da prática política do Dr. Cristóvão Crespo estamos entendidos.
3. Último ponto: a alegada disponibilidade e abertura do Dr. Cristóvão Crespo e do PSD/Portalegre, expressa na última frase do seu comunicado. Para o Dr. Crespo (e voltamos a transcrever): “Portalegre exige melhor governo municipal e o PSD está disponível para encontrar soluções”. É pena que o Dr. Cristóvão Crespo e o PSD/Portalegre (alegadamente por falta de disponibilidade de agenda) não tenham respondido positivamente, e tenham primado pela ausência, relativamente ao convite que lhes foi endereçado, ainda em fase e em sede de preparação do Orçamento e Grandes Opções do Plano, para uma reunião com a Presidente e Vereadores em regime de permanência. Ao contrário, aliás, do que sucedeu com os Vereadores da Oposição e representantes dos restantes partidos e coligações representados na Assembleia Municipal (PS e CDU), que estiveram presentes e apresentaram as suas ideias, sugestões e pontos de vista. Apesar de tudo, e na tentativa de ultrapassar esta alegada dificuldade de agenda, a Presidente da Câmara deslocou-se a Lisboa, expressamente para discutir com o Dr. Cristóvão Crespo os referidos documentos previsionais da Autarquia, e de recolher todos os contributos que o mesmo entendesse apresentar. Nessa reunião, e da parte do Dr. Cristóvão Crespo, e supostamente do PSD/Portalegre, a que o mesmo preside, não foi recebida uma única, (repetimos, absolutamente nenhuma!) ideia, proposta, sugestão ou reivindicação no sentido de melhorar o Orçamento e Grandes Opções do Plano. Convenhamos que é uma estranha forma de mostrar na prática (e ao contrário do que depois se propagandeia em comunicados) abertura e disponibilidade para melhorar a gestão municipal, e que estamos perante mais uma prova da original visão do que é coerência, frontalidade, rigor e seriedade política para o Dr. Cristóvão Crespo…
Estamos disponíveis, e queremos continuar a contar com a colaboração e com o contributo de todos na gestão municipal e em prol dos interesses do Município de Portalegre e dos Portalegrenses. Mas, muito sinceramente, não nos revemos e não podemos pactuar com esta forma de ser e de estar na vida pública e na política, patenteada pelo PSD/Portalegre e pelo líder da sua concelhia! A Verdade não pode ser um conceito dúbio e “escorregadio”, variável, adaptável e moldável consoante os interesses de cada um em cada momento. E é isso que, infelizmente, o Dr. Cristóvão Crespo, a despeito da sua vasta experiência e dos longos anos que leva na vida política, parece ainda não ter entendido…
Portalegre, 20 de Janeiro de 2016
A Presidente do Município de Portalegre
Adelaide Teixeira