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Cultura de Quarentena | Peça da semana do Museu Municipal de Portalegre: A Espada de cerimónia, do Coronel Jorge Velez Caroço

Peça da semana do Museu Municipal de Portalegre: A Espada de cerimónia, do Coronel Jorge Velez Caroço

Espada de cerimónia e respectiva bainha, com elementos em prata, marfim, prata dourada e pedras preciosas. Na lâmina e no cabo, a inscrição: Ao brioso oficial e dedicado republicano Jorge Frederico Velez Caroço oferecem, em testemunho de consideração, estima e admiração, os seus amigos pessoais e políticos.

1916
Peça doada ao Museu Municipal de Portalegre, pela família do Coronel Jorge Frederico Velez Caroço.

Encontra-se em exposição no piso 3 do Museu Municipal de Portalegre.

Um pouco de História…

Jorge Frederico Velez Caroço

Nascido em Portalegre a 8 de Setembro de 1870, cedo ingressou na Escola do Exército, concluindo o Curso de Infantaria em 1893.

Após a implantação da República, é eleito Deputado à Assembleia Nacional Constituinte, em 1911, pelo círculo de Portalegre.

Como quase todos os republicanos da época, é iniciado na Maçonaria em 1910, no Triângulo nº 31 de Portalegre.

Ainda como Deputado, é escolhido para Governador Civil de Portalegre, desempenhando este cargo entre 1913 e 1915.

Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, parte para Angola onde combate as tropas alemãs. Em 1916 é transferido para o norte de Moçambique, aí permanecendo em combate até 1918.

Regressa a Portugal com um enorme prestígio militar, sendo condecorado variadas vezes pelo Governo português que lhe concede, entre outras, a Ordem Militar da Torre e Espada, a Ordem de Avis e a Ordem de Cristo. Também o Governo francês reconhece a sua bravura, agraciando-o com a Legião de Honra.

O seu papel é determinante no esmagamento da revolta monárquica de Monsanto, em Janeiro de 1919, ano da sua promoção a Tenente-Coronel e da sua eleição como Senador pelo círculo de Portalegre.

Em 1921 é nomeado Governador da Guiné, mantendo-se nesse posto até 1926. Em Outubro desse ano é demitido pelo Governo da Ditadura Militar, deixando o serviço activo com o posto de Coronel.

Opositor da Ditadura, as suas actividades políticas levam-no a ser preso e deportado, primeiro para Ponta Delgada e, posteriormente, para Benguela. Apesar disso, manifestou-se sempre contra o Estado Novo, tendo aderido ao Movimento de Unidade Democrática (MUD) em 1945. Em 1949 preside à Comissão Distrital de Portalegre da candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República.

Faleceu em Portalegre, a 22 de Março de 1966.

 

 

Atualizado em 02/05/2020