Peça da semana…Tabaqueira
Tabaqueira em forma de cabeça de uma mulher negra, em faiança portuguesa da Real Fábrica do Rato, séc. XVIII.
Peça adquirida pela Câmara Municipal de Portalegre, em 1956, ao Dr. Laureano António Picão Sardinha.
Encontra-se em exposição no piso 3 do Museu Municipal de Portalegre.
Um pouco de História… A Real Fábrica de Louça do Rato
Fundada em 1767 pelo Marquês de Pombal, a Real Fábrica do Rato tinha como ambição tornar-se o maior centro de produção de cerâmica de Portugal. Em simultâneo, pretendia formar técnicos que difundiriam por todo o país o saber adquirido, disseminando os modelos, as formas e decorações e fundando novas fábricas.
O seu primeiro mestre foi Tomás Brunetto, natural de Turim, destacando-se ainda os mestres Sebastião de Almeida, João Anastácio Botelho de Almeida e Alexandre António Vandelli.
É bem visível nas peças desta Real Fábrica uma grande qualidade e capacidade de preparação das matérias-primas, bem como um grande espírito criativo na confecção das peças. Estas são caracterizadas por um vidrado homogéneo e por uma pintura delicada.
Em 1835, e como consequência de sucessivas crises que se arrastavam desde 1818, a fábrica interrompe a produção e acaba por encerrar as suas portas.
Um marco da política industrial da sua época, formou gerações de pintores ceramistas, sendo ainda responsável pela alteração de costumes e hábitos alimentares da burguesia e da aristocracia portuguesas.